Há muito tempo não via um filme tão maravilhoso, tão lindo e perfeito! O filme me fez desejar ainda mais um dia conhecer Paris, me deixou mais apaixonada e deixou a minha possibilidade de sonhar muito mais aflorada. A palavra que descreve o filme é MARAVILHOSO! Woody Allen, dessa vez caprichou, conseguiu mostrar a Paris dos sonhos de todos de forma fantasiosa e realista ao mesmo tempo. A fotografia do filme é perfeita, o elenco muito bom e a historia linda linda linda. Na abertura, Woody passeia pela Cidade Luz ao som do clarinetista Sidney Bechet, seu ídolo musical. Paris surge numa sequência de cartões-postais, do nascer ao pôr do sol, e em segundos o sorriso salta fácil no rosto. Owen Wilson interpreta Gil, um roteirista de sucesso em Hollywood, responsável por filmes "adoráveis, mas esquecíveis". Passeando com a noiva, Inez (Rachel McAdams), e os pais dela por Paris, ele só pensa em se mudar para lá, escrever seu primeiro romance e fazer algo relevante. E aí uma rachadura na realidade suga a história para um terreno bem mais interessante. Caminhando bêbado pela cidade, Gil se perde e ouve 12 baladas no relógio. Quando vê, está dentro de um Peugeot antigo, indo parar numa festa para o cineasta francês Jean Cocteau, ouvindo Cole Porter tocar piano e numa roda de conversa com Scott e Zelda Fitzgerald, Ernest Hemingway, T.S. Eliot e outros heróis. Não demora e ele está apaixonado pela sensual Adriana (Marion Cotillard), amante de Picasso, ex de Modigliani e Braque – uma "art groupie", portanto. Enquanto fantasia com as ruas molhadas da cidade na década de 1920, sua "Era de Ouro" cultural, e se interessa em conhecer o restaurante onde James Joyce comia salsichas, Gil enfrenta o desinteresse de Inez, uma americana média ("eu nunca poderia viver fora dos EUA"), mais preocupada em ver detalhes do casamento, comprar uma casa em Malibu e ouvir seu ex-professor pedante (Michael Sheen).
O roteiro brinca com Salvador Dalí, Man Ray, Luis Buñuel (o que rende uma ótima piada com os surrealistas e "O Anjo Exterminador") e as participações especiais abrem espaço para pontas célebres de Kathy Bates, Adrien Brody e Carla Bruni, uma guia de museu sem grande apelo.
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